Uma tarde de atividades marcou a ampliação do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos da Colônia Z-3, responsável por oferecer oficinas de artesanato, esporte, culinária e reforço escolar, agora na sede da antiga subprefeitura. As atividades têm como objetivo combater os problemas sociais que vêm crescendo na comunidade, como o uso de drogas, a prostituição e o abuso infantil. O espaço é frequentado por 70 crianças e adolescentes no turno inverso ao da escola, e com o acréscimo de mais três salas a expectativa é de que esse número chegue a cem.

Os jovens, em sua grande maioria, pertencem a famílias em vulnerabilidade social, e têm entre seis e 17 anos, conta a coordenadora educacional Jussara Borges Vieira. “Queremos combater a ociosidade e mostrar que um outro caminho é possível”, acrescentou ela, em referência aos sérios problemas que a Z-3 enfrenta nos últimos anos.

Os casos de pedofilia, negligência e aumento no uso do crack preocupam, tanto entre os adolescentes quanto os pescadores da colônia, que sentem de forma devastadora a influência das safras ruins e a falta de oportunidades no local. Por isso, grupos de idosos, mulheres e gestantes também estão sendo incluídos no foco de atividades, o que já mostrou resultados durante a festa de inauguração na tarde de ontem, com a presença de famílias inteiras, todas elogiando os serviços oferecidos.

Pais e avós acompanharam as crianças, que se divertiram nos brinquedos infláveis e na escolinha de trânsito, além de assistirem às apresentações de teatro e canto. A pescadora Maria Helena da Silveira, que participa do artesanato semanalmente, contou que os filhos já frequentaram o local e agora é a vez do neto. “A comunidade mudou. Agora tem o que fazer e as crianças estão fora da rua”, comemorou ela.